Eu Assisti: Água Para Elefantes

Esse filme já poderia ser assassinado logo nos traillers, se os mesmos fossem escolhidos pela qualidade do filme a ser apresentado. Porque Os Pinguins do Papai? Jim Carey deveria ter parado em Sim Senhor. Mas hoje, o post deste blog não é sobre esse filme, não agora. É sobre Água Para Elefantes.

Todos os ingredientes estão lá: o começo Titanic, com um narrador idoso prestes a contar a sua própria história; o vilão, que provoca repulsa a quem assiste; e Robert Pattinson que agora é Jacob, mas na verdade ainda é o Edward de Crepúsculo, menos pálido. A única coisa que esses ingredientes podem formar é drama. Água Para Elefantes é a história de Jacob, um cara sem nenhum motivo para viver, depois que no dia em que se formaria como veterinário seus pais morrem e deixam para ele apenas dívidas. Em uma época onde a depressão assusta a todos, ele, sem ter o que fazer, pula dentro de um trem em movimento a noite, tentando encontrar seu destino. Quando o dia vem a tona, ele descobre que entrou em um trem de um circo, o circo dos irmãos Benzini, comandado por August (Christoph Waltz) para o qual é apresentado. Ele consegue um emprego em troca de algum dinheiro e moradia no trem, além de cair nas graças do patrão por ser estudado. O problema é quando ele vê Marlena (Reese Whiterspoon), mulher de August, e o seu mundo para. E decide que a partir daquele momento, "tudo é ilusão".

O filme não emociona ou causa qualquer efeito, apesar de ser um drama com cenas bem encaixadas que deveria provocar pelo menos alguma coisa a quem assiste. Os personagens até fazem bem os seus papéis: Christoph Waltz (Bastardos Inglórios) sabe como ninguém ser impiedoso e cruel, e a melhor demostração disso é quando pede para que Marlena e Jacob encenem uma clássica cena. Assim como Reese Whiterspoon (Johnny & June) sabe passar a confusão de Marlena. Afinal quem é Marlena? Uma mulher indefesa que finge amar o dono do circo que a faz de estrela, uma espécie de chave de cadeia, uma prisioneira, ou uma artista muda mulher do dono do circo que não fala com ninguém mas quando Jacob aparece resolve falar o tempo todo? E até Jacob consegue expressar perceptivelmente a forma com que dá toda a sua vida para aquele mundo, já que não possui nem um outro, apesar de algumas vezes o personagem parecer completamente ridículo e exagerado ao demostrar o seu sentimento aos animais ou a Marlena.

Como é possível ver, tudo está ai. Talvez a adaptação do livro homônino seja longa demais, e o sofrimento muito pouco aproveitado para causar qualquer emoção, mas claramente alguma coisa ficou faltando.

Água Para Elefantes

Water for Elephants, Francis Lawrence, 2011