Eu joguei: Mortal Kombat

FINALMENTE! Anos de espera, ansiedade, torcida e finalmente o jogo de luta mais esperado (por mim, pelo menos) saiu. E, é claro, não é dele que eu vou falar no post de hoje. Por pressão popular (Camila) acabei colocando as mãos em um jogo pelo qual eu nunca tive grande simpatia, ao invés do tão esperado Marvel VS Capcom 3 que talvez eu comente no futuro. Mas não desanime ainda, porque eu tive uma grande surpresa e aposto que você também terá. Estamos falando, é claro, de Mortal Kombat.

Mortal Kombat (2011)

Round One. Fight.
Seguindo uma teoria criada pelo Bruno para justificar sua imensa falta de habilidade para jogos de luta, acho que as crianças da minha geração foram mesmo divididas em algumas tribos específicas. Os que jogavam Sonic e os que jogavam Mario, os que jogavam Winning Eleven e os que jogavam Fifa, etc. Entre essas muitas tribos, acho que pode-se dizer que uma boa parte das pessoas seguiu o rumo do Street Fighter (meu caso) e foi viver a vida dos Hadoukens e Shoryukens e outra, querendo ver mais sangue na tela, optou pelo Mortal Kombat.

Para começar acho que devo justificar o porquê dessa minha escolha e do meu afastamento da franquia no geral: Sempre achei que as pessoas jogavam Mortal Kombat apertando frente frente soco frente frente soco ininterruptamente e as coisas simplesmente aconteciam. A ausência de especiais e a forma como você podia vencer a luta inteira dando socos e ganchos sempre me deram a impressão de que os personagens eram todos os mesmos com umas pequenas modificações. Ainda nessa linha de "mesmice", nunca consegui aceitar muito bem o fato de existirem N ninjas iguais, com apenas cores de roupa diferente. E o mesmo, é claro, vale para os robôs e para as mulheres à la Kitana.


Mas antes que me aconteça o mesmo que aconteceu com o tal Lars Von Trier (vocês viram isso, cara?) esses dias, devo dizer que a série sempre teve coisas muito interessantes, como os Fatalities, o clima sombrio do jogo, alguns personagens que faziam coisas realmente interessantes... Só nunca foi a minha praia.


Por tudo isso, é de se imaginar minha expectativa com o jogo. Quer dizer, não é que eu não tente jogar. Mas antes disso, comprei o chatíssimo Mortal Kombat VS DC e ainda estava levemente "broxado" quando pus as mãos no novo jogo.


Minha primeira surpresa veio já no modo História. Já estava esperando a sequência de lutas clássica quando me deparei com uma introdução interessante e percebi que teria que jogar com cada um dos personagens para prosseguir na história (uma longa história dividida em 16 capítulos que oferece aí umas boas horas de jogo). Ok, a história é meio inocente e não chega a valer o jogo por isso, mas me senti imensamente satisfeito em ver as coisas melhor amarradas e em poder entender de onde vieram e para onde vão alguns dos personagens que eu critiquei ao longo dos anos.


O caso é que não foi só isso que mudou. Os personagens agora são, de fato, diferentes. E não apenas fisicamente, mas na forma de lutar. Há espaço para aprender a jogar e um valor infinitamente maior para o que se pode fazer com combos e habilidades especiais de cada personagem, o que torna o jogo interessante mesmo contra a máquina.


Um outro ponto a ser tocado é a nova barra de "Raio-X". Sabe o que eu disse sobre a falta dos especiais? Parece que mais alguém pensou nisso e agora eles também estão no Mortal Kombat. Numa forma diferente e, é claro, mais sangrenta. Mas a barra, além de ser usada para liberar um golpe especial no qual os ossos do oponente são quebrados e exibidos em um tipo de raio-x ultra-violento (não, não a ultra-violência do Laranja Mecânica), pode ser usada para "estourar" seus golpes normais em uma versão mais poderosa (Isso mesmo, que nem o Street Fighter 4).


Some a todas essas novidades gráficos intensos, lutas rápidas, fatalities (diversão garantida), sangue jorrando, muito conteúdo secreto e uma tentativa de resgatar o jeitão dos antigos jogos 2D (porque convenhamos, os Mortal Kombat 3D anteriores não valem nem o comentário) e você terá o que é o novo Mortal Kombat: Um excelente jogo de luta, pronto para bater de frente com a nova geração da Capcom.


Além de tudo isso, pode-se notar uma certa preocupação dos produtores com o "pós-fechamento" do jogo. Sabe aquele momento em que você já fechou o jogo algumas vezes, já dominou a maioria dos personagens e já não tem mais nenhum amigo que vá ser grande dificuldade no versus e em geral você enche o saco e nunca mais olha pra ele? Bom, agora temos os modos Torre dos Desafios, Teste sua Sorte (você brinca em um tipo de caça níqueis antes da luta e, dependendo do que tirar, você e o inimigo podem ter penalidades como lutar sem braços, sem poderes, sem pulos ou benefícios como causar mais dano e etc), Torneios (onde você pode controlar dois personagens por vez, alternando durante a luta) e uma série de mini-games malucos para entreter você por mais tempo. Afinal, sempre é legal ver uma luta de pessoas sem braços (no videogame, pelo menos).



Finish Him
Resumindo, depois de tantos anos a franquia distribuída pela Warner e fabricada pela NetherRealm Studios ganhou um novo fã que, enquanto o padrão de qualidade for esse, com certeza comprará e se viciará nos próximos jogos.
Mortal Kombat

Mortal Kombat, NetherRealm Studios, 2011